2010 foi um ano de dupla comemoração para Angela Ro Ro: aos 60 anos e 30 de carreira, ela renuncia os excessos envolvendo drogas e álcool e busca saúde, paz, amor e dinheiro "para fazer arte e amor a vida inteira". O seu canto sem artifícios, formado mais por instinto do que técnica, se alia à personalidade potente de uma das maiores cantoras e compositoras da música brasileira.
O primeiro álbum, intitulado Angela Ro Ro, veio em 1979 e já lhe rendeu o título de "a sensação do ano" em meio aos críticos da época. Ainda nesse ano, Maria Bethânia gravou sua composição Gota de sangue no LP Mel, a primeira a ser registrada por outro artista.
Dessas três décadas dedicadas à música, emergiram 11 discos -o último uma compilação ao vivo gravado em 2006 - e um DVD. Neles, estão registrados clássicos como Amor, meu grande amor (gravado também pelo Barão Vermelho), Não há cabeça e Raiado de amor.
O Estado do Paraná: Como foi trabalhar no período em que você estava no auge de sua crise, nos anos 80 e 90?
Angela Ro Ro: Passei por crises de obesidade, generosidade, paciência, luto de meus pais, parentes e amigos e a dor maior, que é a crise mundial que a todos pertencemos. Sou eu que estou respondendo, portanto, trabalhar em período de qualquer crise fica exposta uma dificuldade maior ao exercer seu ofício.
O Estado: Nesta época, como era a sua relação com as gravadoras?
Angela: Na década de 80, quando comecei a gravar meu trabalho musical aqui no Brasil, foi muito produtivo pois estava contratada pela Polygram, hoje Universal, o que me rendeu meia dúzia de discos, que desde o primeiro já havia me dado a sorte da consagração, público e crítica, como cantora e compositora de grande qualidade. E na década de 90 mesmo passando por dificuldades enormes pessoais, fiz um maravilhoso disco Nosso amor ao armagedon pela Som Livre, co produzido por mim e por Ezequiel Neves, tive a oportunidade de gravar várias faixas pela Lumiar, de Almir Chediak, para diversos SongBooks de Chico Buarque a Braguinha, inclusive tendo a honra de ser premiada pelo jornal Folha de São Paulo como melhor intérprete na música Futuros amantes de Chico Buarque. Assim foi....
O Estado: O Ruy Castro escreveu no livro Ela é carioca, que você estaria "no poder", se tivesse investido na música metade da energia investida em confusões. O que você acha das afirmações?
Angela: Adoro o Ruy Castro! Realmente passei minha mocidade sem me engajar na luta da ganância pelo poder. Mas é uma excelente idéia, agora que mais madura, reverter essa situação politicamente.
O Estado: Qual o melhor elogio e a pior crítica que já recebeu?
Angela: Minha mãe, Conceição, sempre me cobriu dos melhores elogios. Já que sou filha única, mamãe dizia que apesar de qualquer merda que eu fizesse em minha vida, deveria eternamente saber a pessoa maravilhosa e honesta que sou. A pior crítica deve ter sido qualquer elogio falso.
O Estado: O que te inspira a compor?
Angela: Qualquer coisa, sentimento, natureza.
O Estado: Quais das suas músicas você considera mais especiais. Por que?
Angela: Todas de uma certa forma são especiais, como um filho, mas é claro que existem Fogueiras, Gotas de sangue....
O Estado: Que formas de incentivo e investimento você acha que faltam no meio musical atualmente?
Angela: Grana em direção ao talento pois é sordidamente assistir a miséria de profissionais competentes, artistas, gênios.
O Estado: Você acabou de completar 30 anos de carreira. Como analisa a sua trajetória musical nesse período?
Angela: Sou uma pessoa agradecida pela vida ter me dado o dom do verso, reverso da dor da vida. É genial saber fabricar arte.
O Estado: Como foi ter sido convidada para apresentar o programa Escândalo, do Canal Brasil? O que essa experiência rendeu a você?
Angela: Foi um barato, o pessoal do Canal Brasil me acolheu e me ensinou muita coisa boa. Foi uma experiência única o programa Escândalo. Volto a qualquer hora......
O Estado: Quais foram as suas últimas descobertas musicais?
Angela: Quando fui convidada, por Marcelo Fróes, produtor aqui do Rio, para gravar o disco Mrs. Lennon, um CD só de cantoras com canções da Yoko Ono, descobri um lado surpreendente na composição das músicas da tão polêmica viúva de John Lennon.
O Estado: Que cantoras mais admira e porque?
Angela: Billie Holiday e Elza Soares pelas mesmas razões: a coragem, a humildade, a ousadia e o dom. Maria Bethânia, Gal Costa, Alaíde Costa, Alcione e Ana Carolina, pela beleza do canto, revolução comportamental, sensibilidade e inteligência.
O Estado: Quais os seus próximos planos?
Angela: Ter muita saúde, paz, amor e dinheiro para fazer arte e amor a vida inteira.
O primeiro álbum, intitulado Angela Ro Ro, veio em 1979 e já lhe rendeu o título de "a sensação do ano" em meio aos críticos da época. Ainda nesse ano, Maria Bethânia gravou sua composição Gota de sangue no LP Mel, a primeira a ser registrada por outro artista.
Dessas três décadas dedicadas à música, emergiram 11 discos -o último uma compilação ao vivo gravado em 2006 - e um DVD. Neles, estão registrados clássicos como Amor, meu grande amor (gravado também pelo Barão Vermelho), Não há cabeça e Raiado de amor.
O Estado do Paraná: Como foi trabalhar no período em que você estava no auge de sua crise, nos anos 80 e 90?
Angela Ro Ro: Passei por crises de obesidade, generosidade, paciência, luto de meus pais, parentes e amigos e a dor maior, que é a crise mundial que a todos pertencemos. Sou eu que estou respondendo, portanto, trabalhar em período de qualquer crise fica exposta uma dificuldade maior ao exercer seu ofício.
O Estado: Nesta época, como era a sua relação com as gravadoras?
Angela: Na década de 80, quando comecei a gravar meu trabalho musical aqui no Brasil, foi muito produtivo pois estava contratada pela Polygram, hoje Universal, o que me rendeu meia dúzia de discos, que desde o primeiro já havia me dado a sorte da consagração, público e crítica, como cantora e compositora de grande qualidade. E na década de 90 mesmo passando por dificuldades enormes pessoais, fiz um maravilhoso disco Nosso amor ao armagedon pela Som Livre, co produzido por mim e por Ezequiel Neves, tive a oportunidade de gravar várias faixas pela Lumiar, de Almir Chediak, para diversos SongBooks de Chico Buarque a Braguinha, inclusive tendo a honra de ser premiada pelo jornal Folha de São Paulo como melhor intérprete na música Futuros amantes de Chico Buarque. Assim foi....
O Estado: O Ruy Castro escreveu no livro Ela é carioca, que você estaria "no poder", se tivesse investido na música metade da energia investida em confusões. O que você acha das afirmações?
Angela: Adoro o Ruy Castro! Realmente passei minha mocidade sem me engajar na luta da ganância pelo poder. Mas é uma excelente idéia, agora que mais madura, reverter essa situação politicamente.
O Estado: Qual o melhor elogio e a pior crítica que já recebeu?
Angela: Minha mãe, Conceição, sempre me cobriu dos melhores elogios. Já que sou filha única, mamãe dizia que apesar de qualquer merda que eu fizesse em minha vida, deveria eternamente saber a pessoa maravilhosa e honesta que sou. A pior crítica deve ter sido qualquer elogio falso.
O Estado: O que te inspira a compor?
Angela: Qualquer coisa, sentimento, natureza.
O Estado: Quais das suas músicas você considera mais especiais. Por que?
Angela: Todas de uma certa forma são especiais, como um filho, mas é claro que existem Fogueiras, Gotas de sangue....
O Estado: Que formas de incentivo e investimento você acha que faltam no meio musical atualmente?
Angela: Grana em direção ao talento pois é sordidamente assistir a miséria de profissionais competentes, artistas, gênios.
O Estado: Você acabou de completar 30 anos de carreira. Como analisa a sua trajetória musical nesse período?
Angela: Sou uma pessoa agradecida pela vida ter me dado o dom do verso, reverso da dor da vida. É genial saber fabricar arte.
O Estado: Como foi ter sido convidada para apresentar o programa Escândalo, do Canal Brasil? O que essa experiência rendeu a você?
Angela: Foi um barato, o pessoal do Canal Brasil me acolheu e me ensinou muita coisa boa. Foi uma experiência única o programa Escândalo. Volto a qualquer hora......
O Estado: Quais foram as suas últimas descobertas musicais?
Angela: Quando fui convidada, por Marcelo Fróes, produtor aqui do Rio, para gravar o disco Mrs. Lennon, um CD só de cantoras com canções da Yoko Ono, descobri um lado surpreendente na composição das músicas da tão polêmica viúva de John Lennon.
O Estado: Que cantoras mais admira e porque?
Angela: Billie Holiday e Elza Soares pelas mesmas razões: a coragem, a humildade, a ousadia e o dom. Maria Bethânia, Gal Costa, Alaíde Costa, Alcione e Ana Carolina, pela beleza do canto, revolução comportamental, sensibilidade e inteligência.
O Estado: Quais os seus próximos planos?
Angela: Ter muita saúde, paz, amor e dinheiro para fazer arte e amor a vida inteira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário