Do imenso mapa musical do Brasil, o canto de Ângela Ro Ro vem do Rio de Janeiro. Com textura rouca, acento grave e livre afinação, sua voz confere ao seu canto boa dose de sensualidade e dramaticidade, tornando pungentes e definitivas suas interpretações e consagrando-a como uma das cantoras mais genuínas e radicais da música brasileira. Seu trabalho é caracterizado por uma forte marca autoral, tanto em parceria, como em composições solo, sendo que além de cantora e compositora também é instrumentista. Sua obra musical recobre vasta gama de gêneros, indo do bolero ao jazz, passando pelo rock, blues, balada, samba e bossa, pelos quais transita com absoluta desenvoltura e maestria. Seu primeiro trabalho fonográfico logo destacou a espontaneidade e potência de sua música, delineada muito mais pela emoção e pelo instinto de seu estilo visceral, do que pela técnica, o que contribuiu para sua afirmação no espaço da música contemporânea brasileira. Os temas abordados em seu repertório, que também abrange composições de Chico Buarque, Ary Barroso e Tom Jobim, por exemplo, são ligados à condição existencial humana, à vida do planeta e a todas as formas de amor, numa perspectiva ao mesmo tempo crítica, dramática e bem humorada.
Em 32 anos de carreira, esta é a primeira vez que o público de Uberlândia terá a oportunidade de assistir ao show de Ângela Rô Rô, a cantora de voz grave e rouca, compositora e pianista que foi um ícone nos anos 80. Um apanhado dos sucessos dos onze discos da carreira da artista será interpretado, amanhã, às 20h, no Teatro Rondon Pacheco.
Ângela Rô Rô está mais que nunca, de bem com a vida |
Ângela Rô Rô virá acompanhada de seu arranjador e tecladista Ricardo Mac Cord. Composições que marcaram a carreira dela, como “Amor, meu Grande Amor”, regravada pelo Barão Vermelho, “Simples Carinho”, “Só Nos Resta Viver”, segundo Rô Rô não são esquecidos pelo público. “O show depende muito mais da plateia. A gente não faz arte para a gente. O artista visa um reconhecimento, por meio do carinho dos fãs”. Com 61 anos, sem beber, sem fumar, nem usar drogas e 57 quilos mais magra, a cantora não deixou o bom humor de lado e nem a irreverência. “Minha voz continua a mesma, só meus cabelos que caíram”, disse a cantora.
Ângela Rô Rô é filha de uma mineira de Uberaba, falecida no fim da década de 90. Uma época marcada por muitas perdas para a cantora, com a morte do pai em 1997 e da mãe, dois anos depois. Ângela chegou a pesar 120 quilos, foi quando percebeu que mudar os hábitos era uma questão de sobrevivência. “Eu também estava entrando na fila para ir embora, mas acho que vim para chatear bem mais tempo do que esperava. Mas não tem a ver com a morte deles, só enchi o saco de viver uma vida desregrada. Comemoro 11 anos sem o goró”, afirmou.A voz rouca deu origem ao apelido
Ângela Maria Diniz Gonçalves, mais conhecida como Ângela Rô Rô, tem este apelido devido a risada grave e rouca. Características que também vão para suas interpretações.